m setembro deste ano o Município de
Araripina, no Sertão de Pernambuco, vai completar 90 anos de história da sua
emancipação política e muitos gargalos que podem virar centenário foram
deixados para serem resolvidos como que empurrados de gestão em gestão.
Socialmente os políticos e as grandes famílias que sempre detiveram o poder têm
uma dívida enorme com o nosso povo, que sempre ficou à mercê de decisão desta
parcela mais importante e mais influente político e economicamente do Município,
e não estamos inventando ou montando fatos, porque a própria árvore genealógica
do poder pode muito bem demonstrar isso.
Em pleno século XXI ainda assistimos as
motivações políticas ancoradas em ideias ultrapassadas que na era da tecnologia
da informação, das redes sociais, da evolução dos conceitos, das praticidades,
da gestão moderna, ainda permeiam absoluta. Vamos seguir buscando lentamente o
nosso papel de protagonista na Região do Araripe como cidade que ainda mantém
sua coroa como Princesa do Sertão e Terra do Ouro Branco, mas dividindo com as
outras cidades os mesmos dilemas que deviam através de um consórcio figurativo
(CISAPE) buscar sintonia com a realidade e tentar fazer com que os governos
metropolitanos, e não estou falando só do atual (o socialista Paulo Câmara),
tenha um olhar mais humano e solidário com Araripina e claro, com as cidades
coirmãs que a maioria dos políticos da região tentam tratar de forma
inamistosa. Perdem todos.
Muitas dúvidas pairam sobre quem foi o
primeiro prefeito de Araripina, mas a história consuma os fatos de que
Francisco da Rosa Muniz, o Chiquinho Cícero, não foi o primeiro prefeito, mas o
principal mentor e protagonista, um dos emancipacionistas juntamente com
Joaquim Modesto, Severo Cordeiro dos Santos, Antônio Modesto e Totonho Cícero
(seu irmão) e quem lançou o movimento para conquistar a tão desejada
independência da vila que se transformaria em cidade através uma lei que seria
sancionada pelo Governado à época, Estácio Coimbra.
Passou-se ainda mais de um ano, para
que Chico Cícero recebesse outro telegrama do Dr. Adams, transmitindo a notícia
de que o Governador sancionara a lei, criando o Município de São Gonçalo. Saiu
Chico Cícero de casa em casa da agora CIDADE, mostrando e lendo o telegrama. O
sonho de todos se transformara em realidade. “Aí que o povo ficou alegre”, diz ele do alto dos seus noventa anos, com
uma ponta de nostalgia.
(Fonte - Livro - Araripina – História,
Fatos & Reminiscências – De Francisco Muniz Arraes )
Vamos a relação dos prefeitos de
Araripina
A Lei nº 1.931/28 determinava que a
administração dos municípios novos só se iniciaria em 1º de janeiro
de 1929. As eleições aconteceram em 30 de
setembro de 1928.
Primeira administração
Joaquim José Modesto - 1929/1932
Com o advento da Revolução de
30, foram dissolvidos todos os Conselhos Municipais e demitidos muitos
prefeitos eleitos em 1929. Joaquim Modesto, por ter sido aliado de Lima
Cavalcante, permaneceu no cargo.
Por ordem do interventor, foi
prorrogado para o exercício de 1931 o orçamento de 1930. O controle financeiro
das prefeituras passou a ser feito pelo Departamento de Administração Municipal
e era rigorosamente fiscalizado.
Joaquim Modesto foi exonerado, a
pedido, pelo Ato nº 446, de 13.02.32, sendo substituído por Francisco
da Rosa Muniz, começando a fase dos prefeitos nomeados.
(Fonte - Livro - Araripina – História,
Fatos & Reminiscências – De Francisco Muniz Arraes )
Prefeitos Nomeados
1. Francisco da
Rosa Muniz (Chico Cícero) –
(13/041932- 22/08/1934)
2. João
Cavalcanti Lima – (1934/1935)
3. Joaquim
Alexandre Arraes (Major Quincó) – (29 de maio a 05
de Julho de 1935)
4. José Deodato
Santiago (Zé Bringel) – (1935/1937)
OBS: Em 05 de julho de 1935, o Interventor
Federal baixa o Ato de n.º 549, pelo qual exonera, a pedido, Joaquim
Alexandre Arraes do cargo de Prefeito de São Gonçalo e nomeia para
substituí-lo José Deodato Santiago, Zé Bringel
Aqui se estabelece uma confusão, em
relação ao prefeito. Zé Bringel foi nomeado, mas quem tomou posse foi o seu
pai, Deodato Pereira Santiago, Senhor Bringel, conforme consta do termo lavrado
em 09 de julho de 1935.
Em 12 de julho, Zé Bringel assume a Prefeitura, embora não
conste o registro do termo de posse.
5. Joaquim
Alexandre Arraes – (10/12/1937- 06/09/1938)
6. Manoel Ramos
de Barros – Seu Né Ramos (06/09/1938-15/12/1939)
7. José Araújo
Lima (Dr. Araújo) – (15/12/1939 - 29/11/1946)
8. Ademar Alves
de Freitas – (9/11/1946 - 30/04/1947)
9. Rubem Neri
da Silva – (de abril a agosto de 1947)
10. Luiz Gonzaga Duarte – (de agosto a
novembro de 1947)
Aproximava-se a eleição
municipal. Os udenistas estavam com a Prefeitura, o que representava
perigo para as aspirações do pessedismo local. Era urgente modificar a
situação. Em princípio de agosto, é nomeado prefeito o pessedista Luiz Gonzaga
Duarte. Agora, era o reverso da medalha, na movimentação do funcionalismo
municipal, com o favorecimento aos barnabés da corrente do prefeito.
A disputa foi acirrada. Era o batismo
de fogo das forças políticas locais. O PSD vencera as eleições de presidente da
República e de Governador do Estado e precisava manter a hegemonia. Venceu
o candidato do PSD, Manoel Ramos de Barros, tomando posse no dia 13 de novembro
de 1947.
Encerrava-se o período dos
prefeitos nomeados, iniciado em 1932, com Francisco da Rosa Muniz. (Fonte: Livro: Araripina
- História – Fatos & Reminiscências – de Francisco Muniz Arraes)
Prefeitos Eleitos “Democraticamente”
1. Manoel Ramos
de Barros (Seu Né Ramos - PSD) – (26/10/1947-10/1951)
2. Luiz Gonzaga
Duarte – (Seu Gonzaga - PSD) – (1951/1955)
3. Joaquim
Pereira Lima (Quinca Livino - PSD) – (1955/1959)
4. Manoel Ramos
de Barros – PSD -(1959/1963)
5. Sebastião
Batista Modesto (Sebasto - PTB) – (1963/1968)
Obs: O
golpe militar de 1964 não atingiu a administração de Sebasto. A legislação
revolucionária prorrogou o mandato dos prefeitos, para estabelecer a
coincidência das eleições municipais, que realizariam em 15 de novembro de
1968.
6. Raimundo
Batista de Lima (Dosa - ARENA) – (1969/1972)
7. Sebastião
Batista Modesto – ARENA - (1973/1976)
8. Pedro Alves
Batista (Dr. Pedro - ARENA) – (1977/1983)
OBS: A legislação federal prorrogou mais uma vez o mandato dos prefeitos e vereadores até 31 de janeiro de 1983.
9. José Valmir
Ramos Lacerda – (Dr. Valmir - PSD ) - (1983/1989)
10. Valdemir Batista de Souza (Dr. Mimi) –
(1989/1992)
11. Maria Dionéa de Andrade Lacerda (Dra.
Dionéa) – (1993/1996)
12. Emanuel Santiago Alencar (Bringel - PSDB) –
(1997/2000)
13. Emanuel Santiago Alencar (Bringel - PSDB) –
(2001/2004)
14. Valdeir Batista de Souza – (2005/2008)
15. Luiz Wilson Ulisses Sampaio (Lula Sampaio - PTB) – (2009-2011)
16. Alexandre José Alencar Arraes (Alexandre
Arraes - PSB) Prefeito Interino – (de 13 de Dezembro de 2011 a 18 de junho de 2012).
17. Adalberto Freitas Ferreira (Coronel Adalberto Freitas – Interventor
Estadual) – (14 de setembro a 31 de dezembro de
2012)
Obs: Período turbulento e de instabilidade política vivido pelo município com
o afastamento por 180 dias do prefeito Lula Sampaio por improbidade administrativa
em 12 de dezembro de 2011, assumindo interinamente o vice-prefeito Alexandre
Arraes.
Quando terminou o prazo de 6 meses de
afastamento de Lula Sampaio que ainda recebe decisão favorável da Justiça de
voltar ao cargo por duas vezes, o Tribunal de Justiça de Pernambuco decide pôr
um fim ao dilema e recomenda a intervenção no Município.
18. Alexandre
José Alencar Arraes – PSB - (2013/2016)
19. José Raimundo Pimentel do Espírito Santo (2017- )
Alguns dados ainda precisam ser
catalogados e atualizados para que juntamente com a maior fonte de pesquisa
sobre o Município (O LIVRO – ARARIPINA – HISTÓRIA, FATOS E REMINISCÊNCIAS – DE
FRANCISCO MUNIZ ARRAES) a ideia de continuar pensando em conquistar adeptos
para incluir a história de Araripina no nosso curricular escolar, nas nossas
unidades de ensino municipal continua.
Breve em uma síntese mais aprofundada,
destacaremos aqui neste caderno digital, as principais realizações de cada
administração municipal, desde os prefeitos nomeados até os eleitos
democraticamente, para assim ampliar o nosso leque de informação, quanto cada
época, cada governante, contribuiu para o crescimento, desenvolvimento e
engrandecimento desta terra.
Vamos também rebuscar na história os
partidos (os primeiros e os atuais) que fincaram suas doutrinas e suas raízes
aqui no nosso município.
“A história é
complexa, posso contar do meu jeito, do seu jeito, do nosso jeito, mas sempre
será história”.
O editor.
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