Eu me preocupo muito com a situação atual do nosso município. Não falo só particularmente das questões que envolvem os políticos, mas num contexto geral. Estamos crescendo e desenvolvendo como nunca e os serviços públicos notadamente não acompanham o crescimento que tem sido vertiginoso. A favelização pode ou já foi instalada na cidade patrocinado pelo governo federal e estadual, e eu não falo só da verticalização fomentada pelo poder público, mas da insegurança que fora criada para os munícipes.
Uma cidade antes pacata (quem não se lembra dos) jardins que cercavam as nossas casas, podíamos conversar tranquilamente com cada vizinho, hoje vive torturada e atribulada pela bandidagem desenfreada e estamos hoje convivendo com os mesmos problemas das grandes metrópoles brasileiras. Roubos, furtos, homicídios, trânsito caótico, tráfico de drogas, quadrilhas organizadas, uma marginalização geral e insegurança.
Estamos sendo assaltados à luz do dia e começamos a acreditar que isso é normal, obra do progresso e do desenvolvimento. Sabemos quem são os bandidos, onde estão os pontos de vendas e consumos de drogas, que envolve principalmente parte dos nossos jovens e adolescentes. Sabemos que muitas vezes eles são apenas o elo fraco das organizações criminosas que se instalaram em nosso município.
Percebemos que pagamos segurança e ao mesmo tempo somos escravos de um sistema paralelo que começa a se implantar aonde não existe a interferência forte do estado. As questões sociais não foram tão deliberadas e discutidas porque quando antes uma cidade pequena e sem problema não se começou a repensar o seu ritmo de crescimento que alavancado subitamente, traria evidentemente as mesmas mazelas que são os frutos do desenvolvimento.
O nosso trânsito caótico precisa se aprimorar já que as faixas de pedestres, os semáforos, estes ainda deficientes, não são os gargalos para resolver de vez essa problemática, mas consciência, educação e uma série de adendos que o município precisa acrescentar para melhorar nesse quesito. Transito livre, organizado vão além dos semáforos, faixas e guardas de trânsito, policiais arrogantes parando os cidadãos de forma truculenta. Requer um planejamento para tornar livre todas às vias que as autoridades precisam enfrentar sem a velha politicagem de sempre, que beneficia um em detrimento de outros, mais com austeridade, compromisso e muita transparência.
Precisamos ainda acreditar que podemos sim crescer é claro, imaginando que todos os problemas que são peculiares ao progresso, podem ao mesmo tempo ser acompanhado, com uma gestão responsável, compromissada, atuante e mais presente.
Se o poder público não faz a sua parte aí tudo desanda e nós viramos reféns e vítimas do medo e da insegurança.
Por enquanto é assim que estamos nos sentindo. Muito barulho para pouco feito, muita adulação para pouca ação. Não se pode traduzir e nem garantir as credenciais para outros voos mais altos para quem abandona os seus a própria sorte.
Araripina precisa se enxergada como uma cidade promissora que precisa crescer, mais crescer com racionalidade e amparada pela as ações consistentes do poder público.
1 Comentários
Em 1987, de férias, desembarquei pela primeira vez em Araripina. Pedi para o motorista da Itapemirim me deixar de frente da Icoasa, então a empresa mais conhecida da cidade. Este foi o meu primeiro ponto de referência. Depois de caminhar uma grande distância, perguntando daqui e dali encontrei o Sr. Zé Fulô. Não o conhecia nem por foto. Só sei dizer que, naquela casa simples de chão batido e iluminada à noite por lampião, foi o melhor período de férias que passei na vida. Nunca vi céu tão estrelado. Não se ouvia falar de roubos, furtos, assaltos à mão armada, seqüestros, estupros, pedofilia. Podia dormir de portas abertas se assim quisesse, deixar sua bicicleta, sua enxada do lado de fora. Os animais de criação viviam soltos, e ninguém se atrevia a praticar qualquer delito. Professores e pais eram respeitados. Nos dias de hoje vivemos preso – colocamos grades nas nossas portas e janelas, arames nos nossos muros. Exclusão social empurrando os jovens para a marginalidade. Polícia despreparada e desaparelhada, contaminada com a corrupção e abuso do poder, também, é vítima dos baixos salários e descaso do estado. Políticos locais já pensando em uma eleição ainda longínqua. Conchavos políticos em curso. Já sabemos quem são os atores e como vai terminar a novela. A região do Araripe, que produz 90% do gesso do Brasil, merecia gestores melhores, que fizesse bom uso dos impostos gerados por esta grande riqueza, com escolas de qualidade, hospitais de referência em saúde, melhoria da segurança, ruas trafegáveis, poder público compromissado com a população. Porém com foi dito (permita-me usar a frase) hoje nós vemos: “Muito barulho para pouco feito, muita adulação para pouca ação”.
ResponderExcluirBlog do Paixão 2022